azul
esqueço o sonho que não tive. também lembro dele. era azul o lugar e um homem segurava uma frase longa, se enrolando nas palavras, mais especialmente nas conjunções: contanto, apesar, embora. acho que era hamburgo, na fronteira com a dinamarca. isso, isso é a memória. ou melhor, o esquecimento, que, na verdade, é o lugar azul da memória, lá onde ela se transforma em mar e se indistingue do céu. o esquecimento é a polpa azul da memória, lá onde as palavras se enroscam e não sabem o que querem dizer. às vezes acho que esquecer é mais, muito mais vivo do que lembrar. por isso, te esqueci, sim, o que me deixa cada vez mais próxima de você.
Noemi
+ http://nadaestaacontecendo.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário