quarta-feira, 28 de janeiro de 2009



Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, "saudade", só conhecida em galego-português, descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".

Diz a lenda que foi cunhada na época dos Descobrimentos e no Brasil colônia esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações. Provém do latim "solitáte", solidão.

Uma visão mais especifista aponta que o termo saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica à esperar o retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutriria nostalgia. A gênese do vocábulo está directamente ligada à tradição marítima lusitana.


Wikipédia

domingo, 25 de janeiro de 2009


Tem postagem nova no Carla Zavatieri

sábado, 24 de janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Acontece - Cartola

domingo, 18 de janeiro de 2009






Misha Gordin










"Aponto a minha objectiva para fora, em direcção ao mundo que me rodeia, ou aponto-a para dentro, para mim mesmo? Devo fotografar a realidade existente ou criar o meu próprio mundo, verosímil ainda que inexistente?" É com estas interrogações pertinentes sobre a natureza da fotografia que Misha Gordin nos introduz ao seu trabalho e, ao olharmos para ele, não restam dúvidas sobre a opção que tomou. Imagens de formas mínimas, contrastes fortes, composição rigorosa e significados misteriosos possuem a força de verdadeiros ícones. Raros são os fotógrafos que o conseguem.

Para Misha Gordin a fotografia conceptual é uma forma elevada de expressão artística ao nível da pintura, da escultura, da poesia ou da música. A questão reside mesmo no "conceito". E explica: "Um tema pobre, executado com uma técnica perfeita, resulta ainda assim numa fotografia pobre. Logo, o elemento mais importante de uma imagem poderosa é o conceito". A ideia e a sua materialização através da linguagem fotográfica torna-se assim a essência do processo da fotografia conceptual. Por esse motivo, as suas imagens são de uma simplicidade e minimalismo quase extremos - para que a ideia não seja ofuscada e o seu sentido não seja equívoco. É sintomático que a sua homepage se intitule bsimple.

Toda a fotografia é sempre uma manipulação, embora haja a tendência para considerar que aquilo que é captado pela objectiva de uma câmara tenha forçosamente que existir. E se isto é particularmente verdadeiro na fotografia digital, facilmente modificada com algumas ferramentas do Photoshop, não o é menos na fotografia tradicional, onde desde sempre se fizeram montagens e correcções. Talvez por isso não surpreenda saber que todo o trabalho de Misha Gordin é feito exclusivamente pelos processos convencionais de química e laboratório.

Porque o faz? Mais uma vez tudo se relaciona com o aspecto conceptual. Se bem que a tecnologia digital seja uma excelente ferramenta de produção artística, carece de uma dimensão importante: a imperfeição do trabalho humano. E essa imperfeição, o grão de areia na engrenagem, é aquilo que confere beleza e sentido a toda a obra de arte.

Texto: Obvious
Na Polaroid de Andy Warhol




Desaparecimento dos filmes Polaroid encerra página na história da fotografia

El País
Elsa Fernández-Santos
Em Madri


O ritual era simples: apontava-se a objetiva, disparava-se apertando o botão e o filme, acompanhado por um arco ruidoso, saía como uma língua preta das tripas da câmera. Depois vinham os 60 segundos de espera, que às vezes se tornavam eternos, nos quais parecia brotar do nada a imagem que a Polaroid havia captado. Um momento que também se perderá no tempo.

Em 2009 serão definitivamente enterrados os últimos cartuchos de uma câmera que mudou o rumo da história da fotografia, da arte e da vida cotidiana de milhões de pessoas em todo o mundo. "A Polaroid inventou a primeira técnica que dispensava o quarto-escuro, oferecia uma imagem imediata e totalmente documental", diz o artista Joan Fontcuberta, cuja obra esteve estreitamente ligada a uma técnica que representou uma revolução por dois motivos: "O aspecto lúdico da câmera: é um jogo de mãos. E outro é a grande privacidade que permitiu, ao fazer fotos únicas que ninguém mais precisava ver".

Foi o capricho de uma menina, em 1944, que mudou o rumo da história da fotografia. A filha de Edwin Land, o criador das câmeras Polaroid, queixava-se de que no verão tinha de esperar muitos dias para ver as fotos das férias. A invenção não demorou. "Foi como se todo o nosso trabalho até então tivesse sido apenas uma preparação para conseguir o processo de uma fotografia seca em um só passo", escreveu Land.

O modelo mais popular, o S-X 70, chegou nos anos 1970. Em 1972 a revista "Life" lhe dedicou uma capa. O título: "A câmera mágica". O desenhista Charles Eames escreveu, rodou e realizou um filme de 11 minutos em que explicava o simples uso do aparelho. Os atores mais populares a anunciavam, era uma câmera alegre. E até o Museu do Vaticano a utilizava para mostrar seus trabalhos de restauração nos aposentos de Rafael; também era uma câmera séria. Definitivamente era algo que ninguém podia perder. Em meados da década já haviam sido vendidos mais de 6 milhões. Era só o princípio. Nas mãos de Andy Warhol (que realizou milhares de retratos com ela) se transformaria em mais um ícone pop.

A Polaroid deixou de fabricar em 2007 sua câmera instantânea, diante do sucesso das digitais. A partir de meados dos anos 1990 as vendas milionárias da empresa começaram a cair, até que em 2001 declarou falência. Em 2008 veio o anúncio do fechamento das fábricas de seus carretéis. Diante da onda de fóruns (de www.savepolaroid.com a páginas especiais no Facebook e outras redes sociais) que pediam para salvar a vida dos cartuchos, a empresa deixou aberta a possibilidade de vender a licença. Há algumas semanas apresentou seu novo produto: a impressora de revelação instantânea de bolso PoGo.

Rafael Doctor, diretor do Museu de Arte Contemporânea de León (MUSAC) e importante especialista em fotografia, acredita que o fim da velha Polaroid se enquadra no desaparecimento da fotografia analógica, reflexo de um mundo "em que desaparece a magia do objeto cotidiano. E acredito que as pessoas da minha geração, os que beiram os 40, não estávamos acostumadas a enterrar algo tão cotidiano". Doctor também teve sua Polaroid: "Com ela participamos da magia da fotografia, a surpresa do instantâneo, era um laboratório em uma caixinha". Como o cineasta Ivan Zulueta, que em uma exposição na Casa Encendida em 2005 reuniu 2 mil de suas 10 mil polaroids. O cineasta comparou o efeito da câmera com a da Super 8: trabalhar sem pretensões comerciais, rodando por rodar e fotografando por fotografar. Zulueta disse então: "Aquela maquininha tinha possibilidades enormes. Bastava ler o prospecto: não faça isso que então acontecerá aquilo. Eu fiz tudo".

Impelida pela filosofia de seu criador, a Polaroid foi também uma empresa que desde o início quis aproximar sua invenção da arte. "Há tantas coisas que se podiam fazer com uma Polaroid, tantas possibilidades manuais", indica Barbara Hitchcock, uma das responsáveis pela Fundação Polaroid e autora do livro sobre a mesma publicado pela editora Taschen. Andy Warhol, Helmut Newton, Luciano Castelli, Robert Rauschenberg, Chuck Close, David Hockney, Walker Evans... dezenas de artistas buscaram outras formas de expressão com suas fotos polaroid. "As manipulavam, recortavam, pintavam, eram capazes de inventar mil maneiras de trabalhar com a película. Há algumas semanas em uma conferência em Nova York um de nossos grandes fotógrafos, Ralph Gibson, dizia que hoje temos de falar de fotografia e de fotografia digital, porque a técnica é determinante. Talvez ele esteja mais velho, mas não lhe falta razão."

Hitchcock lembra como Aaron Siskind, já idoso, encontrou na Polaroid a resposta para seus olhos cansados: "Enxergava mal, não podia enfocar com uma câmera normal, então descobriu a Polaroid, podia fotografar quase sem ver, sem enfocar... é uma coisa bonita, não?"

A Polaroid manteve durante anos um programa cultural que forneceu material para escolas e criadores. "Uma filosofia exemplar", diz Joan Fontcuberta. "Era um perfil de empresa que cuidava de seus produtos. Eu comecei com uma de bolso, nos anos 1980, que fazia fotos tamanho carteira. Ao manipulá-la, os efeitos eram muito interessantes. Depois trabalhei com a Positive/Negative 55, que era em branco e preto e da qual saía uma cópia em negativo e outra em positivo. Naquele tempo a Polaroid havia ganhado a batalha da patente instantânea da Kodak e com o dinheiro que ganhou começou a levar ao mundo todo as atividades de sua fundação. Trouxeram para a Espanha sua câmera gigante, que tirava instantâneos de grande formato, e com a qual também pude trabalhar". Para Fontcuberta, o fim da Polaroid faz parte do "darwinismo tecnológico". "O curioso foi que, ao acabar com essa magia alquímica do quarto-escuro, a Polaroid oferecia algo totalmente imediato e documental. Era uma imagem absolutamente carente de truques e enganos. Era uma câmera capaz de dar o testemunho exato de nossa vida."

David Hockney conseguiu com a câmera instantânea um diálogo com sua própria pintura. As mesmas paisagens frente a frente. Andy Warhol (que também adorava o jogo de outra relíquia do passado: o automaton) tirava até 60 polaroids de seus modelos antes de retratá-los. Depois escolhia quatro instantâneos e os mandava para o laboratório. Deles ficava com um, o recortava e manipulava até finalmente ampliá-lo em uma serigrafia.

Nos anos 1970, a Polaroid enviou sua popular S-X 70 e caixas de filmes grátis para uma lenda da fotografia: Walker Evans. O fotógrafo que havia retratado como ninguém os rostos da Grande Depressão já era um homem velho, divorciado e de saúde frágil. Em suas mãos as pequenas Polaroids passeavam por uma torta mordida, um a caixa de correio ou um pobre manequim. Evans fez uma seleção de 120 instantâneos para seu livro "Polaroids", um eloquente exercício de nostalgia documental que hoje representa a viagem sem retorno de um fotógrafo que, obcecado pela perfeição, preferiu se despedir com um brinde à beleza do imperfeito.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves


http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2009/01/17/ult581u3005.jhtm

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Abro a janela do quarto e olha quem eu encontro.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Steve McCurry







Steve McCurry é um dos mais prestigiados fotógrafos da actualidade, nasceu na cidade de Filadélfia em 1950.Depois de se formar em história e cinema no “College of Arts and Archictecture” na Universidade Estadual da Pensilvânia, passou dois anos a trabalhar como fotógrafo para um jornal, mas o seu espírito aventureiro o levou à Índia, onde trabalhou como fotógrafo freelancer. A carreira de Steve McCurry ganharia reconhecimento internacional, quando em 1984 conseguiu infiltrar-se no Afeganistão, controlado na época pela Rússia e fazer uma série de fotografias no acampamento de refugiados de Nasir Bagh. Esta sua foto reportagem tinha de entre muitas, a fotografia do post, que ficou conhecida pela “Menina afegã” e pela qual Steve McCurry ganhou praticamente todos os principais galardões internacionais de fotografia, incluindo a medalha de ouro de Robert Capa para a melhor reportagem fotográfica, um prémio dedicado aos fotógrafos que exibem excepcional coragem e iniciativa. A fotografia da “menina afegã”, foi capa da National Geographic em Junho de 1985, tornando-se a mais famosa capa da revista em praticamente 120 anos de existência.

Desde então, especializou-se em fotografar retratos de pessoas em áreas de conflito. Ele esteve na guerra Irão-Iraque, em Beirute, no Camboja, nas Filipinas, na guerra do Golfo, na desintegração da antiga Jugoslávia, Tibet e Yemen. Mas o ponto alto na carreira de Steve McCurry, foi a redescoberta da identidade da “menina afegã”. Em Janeiro de 2002, uma expedição da National Geographic viajou para a fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão com a missão de localizar a menina da foto de 1984.A operação foi coroada de sucesso e finalmente a menina afegã ficou com um nome: Sharbat Gula. Toda a história foi contada na edição de Abril de 2002 da National Geographic e voltou a ser capa de revista mas os olhos que cativaram o mundo e que se tornaram um símbolo da miséria e do sofrimento do povo afegão já não brilhavam com a mesma intensidade.
Steve McCurry não se considera um fotógrafo de guerra, acredita que seu trabalho é mostrar a realidade humana durante um conflito nos rostos das pessoas, “Se o fotógrafo fizer as pessoas esquecer a máquina fotográfica, a alma delas aparece na fotografia”.

Texto encontrado aqui: A Fábrica

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

domingo, 11 de janeiro de 2009

Lenine

...Durmo

E peço que venha

Acordo

E sonho que é minha...

Damien Rice - The Blower's Daughter

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009


Leve - Nô Stopa

leve como uma pena leve
leve, leve, leve
como uma pena leve

na cuca o pensamento
na boca a palavra
no peito um coração mais leve
que te fará mais leve

em cima da janela do quarto
onde tem neve
canção mais pura e leve do céu
o céu que neva a leve canção

então neve que tudo será mais leve
leve, neve leve
que tudo será mais leve
e tudo será mais leve



quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

“As coisas das quais nos ocupamos, na fotografia, estão em constante desaparecimento, e, uma vez desaparecidas, não dispomos de qualquer recurso capaz de fazê-las retornar. Não podemos revelar e copiar uma lembrança.”

Henri Cartier-Bresson
Será que vai dar tempo? (Madalena Freire)

Quero tempo!
Tempo pra existir
no que desejo e penso.

Quero tempo
Tempo pra falar, escrever
no meu tempo, ritmo próprio
de tudo que venho
fazendo e buscando.

Tempo, que te quero tempo!
pra viver o duvidar
o perder-se
o não fazer nada
para melhor pensar, desejar.

Tempo! Tempo! que te quero tempo!
Tempo de juntar forças
de viver mudanças
no meu trabalho de formiga e cigarra
pra continuar nascendo todo dia.

- Será que vai dar tempo?

domingo, 4 de janeiro de 2009

Escher - Auto-retrato

"Espero que a pessoa que entre nas minhas exposições não seja a mesma ao sair".

Sebastião Salgado



sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009