Eu não tenho nada pra dizer
Por isso eu digo
Que eu não tenho muito o que perder
Por isso jogo
Eu não tenho hora pra morrer
Por isso sonho
São coisas da vida
E a gente se olha, e não sabe
Se vai ou se fica

(Coisas da vida - Rita Lee)

Sampa

Na minha Rolleiflex...

Irnving Penn

nos meus pensamentos sempre
as palavras lutam duas a duas pela verdade

palavras se metem dentro
de outras palavras querendo ideias

sou uma caixa de vários lados
com vários cantos
com duas sombras

uma escura que nasce da clara
outra clara que nasce da escura

a luz cintila e a sombra dorme
a sombra estatela-se e a luz ergue-se

nasce cada palavra dentro de outra palavra

FERNANDO LEMOS

Fernando Lemos
EU ( auto-retrato)

Cursou a Escola de Artes Decorativas Antonio Arroio (1938-1943) e estudou pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa. Pintor, desenhista, artista gráfico e fotógrafo, realizou as primeiras fotografias em 1949 em Lisboa. Continuou produzindo obras experimentais com conotações surrealistas até 1952. Transferiu-se para o Brasil em 1953, fixou residência em São Paulo e desenvolveu principalmente a pintura, o desenho e as artes gráficas. Participou ativamente da vida artística do país e na década de 60 naturalizou-se brasileiro. Trabalhou uma única vez em cinema, com Jorge Bodansky, como diretor de fotografia do longa-metragem Compasso de Espera do diretor Antunes Filho, realizado entre 1969-1973. Participou e foi premiado na 2ª., 4ª., 5ª. e 9ª. Bienal Internacional de São Paulo. Sua obra fotográfica foi redescoberta a partir dos anos 70 e foram realizadas exposições na Europa, especialmente em Portugal, e no Brasil. Em 2001, recebeu o Prêmio Nacional de Fotografia, atribuído pelo Centro Português de Fotografia.

Fonte: Coleção Pirelli/ MASP de fotografia