Há algum tempo venho “filosofando” sobre fotografia. Às vezes com os livros, outras com pessoas. Existem questões que ficam martelando na minha cabeça por dias, meses e pelo jeito algumas já fizeram até aniversário. Mas é disso que eu gosto.
Hoje em dia não consigo apenas olhar para a fotografia como aquele registro que fiz ou que foi feito por outra pessoa. Vejo fotografia em tudo e não estou sendo romântica até porque acho que o meu romance com a fotografia já passou para outro estágio.
A estética é uma das grandes questões no momento. Para entender melhor o assunto e para descobrir a minha linguagem fotográfica fiz um grande passeio por diferentes linguagens.
Fui procurar nos livros teóricos. Depois andei pela literatura, poesia, música, artes plásticas, fotografias, cinema... e continuo a passear por todas essas linguagens.
Também estudei as pessoas. Ouvi mais. O gosto de cada um, o olhar que cada pessoa tem e como é diferente! O discurso pode até parecer igual, mas existem detalhes que mostram um gosto específico.
Nas pessoas vi fotos. Fotos dos pensamentos e das ideias. Fotos em cada gesto. Fotos das palavras, das canções, dos sons que cada uma emitiu ao conversar comigo.
Não posso deixar de falar das crianças. Se cada fotógrafo parasse para ouvir as ideias mirabolantes de uma criança, teria no mínimo uma série de fotos para fazer. E não falo de fotos delas, mas as fotos das ideias!
Pois é... meu projeto Imagem, Imaginação, Imagem Ação nasceu assim. Uma conversa com um grupo de crianças maravilhadas com o jeito que a imagem se formava em uma bolinha de gude.
“Tá tudo de ponta cabeça!”. Diziam elas e realmente estava.
Da bolinha de gude fui correndo me encontrar com Escher, depois com Salvador Dali, Philippe Halsman, Chema Madoz, Jerry Uelsmann, Platão e O Mito da Caverna, os filmes, lugares...
Fui à procura da minha linguagem. Estou à procura da minha linguagem, daquele detalhe, daquele jeito que será a minha “digital fotográfica”.
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