segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças


_ Eu fui. Eu achei que talvez você fosse louca. Mas você era interessante.
_ Eu gostaria que você tivesse ficado.
_ Eu gostaria de ter ficado também. Agora...eu gostaria de ter ficado. Eu gostaria de ter feito muitas coisas. Eu gostaria de... eu gostaria de ter ficado. Gostaria.
_ Eu desci e você tinha ido. Por quê?
_ Não sei. Senti-me um menino apavorado era mais forte que eu...
_ Estava com medo?
_ Estava...pensei que soubesse que eu era assim. Corri de volta pra fogueira, tentando superar minha humilhação, eu acho...
_ Foi alguma coisa que eu disse?
_ Foi. Você disse “então vá” com tanto desdém, sabe?
_ Me desculpe.
_ Tudo bem.
_ E se você ficasse desta vez?
_ Eu saí pela porta. Não sobrou nenhuma lembrança...
_ Volte e faça uma despedida ao menos. Vamos fingir que tivemos uma...
_ Adeus, Joel.
_ Eu te amo...
_ Encontre-me em Montauk...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011




Entrevista com Joan Fontcuberta realizada no dia 23 de outubro de 2010.

Catalão de Barcelona, é um caso raro na fotografia internacional. Fotógrafo criativo, é também um pensador sem limites, que vem se destacando desde os anos 1970, quando se formou na Universidad Autónoma de Barcelona, onde foi professor na Facultad de Bellas Artes. Daí para a frente, percorreu escolas importantes, como a Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Fundador da revista Photovision, uma das mais marcantes na história contemporânea, é autor de vários livros, como El Beso de Judas (Ed. Gustavo Gili, Barcelona, 1997), no qual propõe que o mundo real foi substituído por um fictício, onde só existem aparências, e discute a chamada realidade da imagem fotográfica. Em Zonas de Penumbra (Actar, Madri, 2000), o fotógrafo discute a crítica fotográfica em meio à produção da arte contemporânea e percorre outras investigações. Pensamentos indo ao encontro de uma inquietação íntima e suas reverberações na imagética internacional.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

"Dê-me portanto um corpo: esta é a fórmula da reversão filosófica. O corpo não é mais o obstáculo que separa o pensamento de si mesmo, aquilo que deve superar para conseguir pensar. É, ao contrário, aquilo em que mergulha e deve mergulhar, para atingir o impensado, isto é, a vida. Não que o corpo pense; porém obstinado, teimoso, ele força a pensar, e força a pensar o que escapa ao pensamento, a vida. Não mais se fará a vida comparecer perante as categorias do pensamento, lograr-se-á o pensamento nas categorias da vida. As categorias da vida são precisamente as atitudes do corpo, suas posturas."

Deleuze em A imagem-tempo.
Trecho retirado do livro Imagem Contemporânea, organização de Beatriz Furtado.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011




O período compreendido entre a libertação de Nelson Mandela, em 1990, e sua eleição para presidente, em 94, foi um dos mais violentos da história da África do Sul. A euforia gerada pela libertação do líder negro foi acompanhada de uma intensa onda de terror. O governo branco sustentava que os distúrbios eram fruto da luta travada entre o CNA (Congresso Nacional Africano), de Mandela, e o Inkatha, partido separatista zulu. Anos depois, ficaria provado que os assassinatos eram planejados pelo governo a fim de abalar a sustentação do CNA e impedir a vitória do partido na primeira eleição em que brancos, negros e coloured votariam em igualdade de condições.
Trabalhando para jornais do país e agências internacionais, os amigos Ken Oosterbroek, Kevin Carter, João Silva e Greg Marinovich fotografavam os conflitos na periferia de Joanesburgo. Os quatro ganharam um apelido de uma revista sul-africana: Clube do Bangue-Bangue - rótulo a que resistiram inicialmente, mas que terminaram por assumir.

As fotos do Clube contribuíam para chamar a atenção do mundo para o que ocorria na África do Sul e receberam prêmios internacionais, como o Pulitzer. Mas os quatro fizeram, cada um a seu modo, uma descida aos infernos. Unidos pela terrível experiência de registrar os massacres, eles experienciaram um profundo dilema ético: quando se presencia um assassinato, é melhor socorrer a vítima ou fotografar? Dilacerados pela violência extrema e pela obstinação em obter a melhor foto, cumpriram trajetórias distintas, mas marcadas pela mesma dificuldade: lidar com a impossibilidade de registrar os acontecimentos e, ao mesmo tempo, ajudar as pessoas em perigo.
Ken Oosterbroek morreu durante uma batalha na cidade-dormitório de Thokoza, em 1994. Kevin Carter suicidou-se aspirando a fumaça de seu carro. O sul-africano Greg Marinovich e o moçambicano João Silva sobreviveram, e refazem em O Clube do Bangue-Bangue uma história que permite entender os lances mais violentos de um combate selvagem e dá contornos tão humanos quanto dramáticos ao dia-a-dia de um correspondente de guerra.



domingo, 9 de janeiro de 2011

brisas...

3ª, 4ª e 5ª parte do Especial Imagens Humanas com João Roberto Ripper







sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

1ª e 2ª parte da entrevista feita com João Roberto Ripper
Especial Imagens Humanas

Fenomenal! Uma discussão sobre estética, aliás até a estética é política!








terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Fotografias de Jerry Uelsmann



segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Rolling Stones - Shine a Light


Ontem assisti o documentário Shine a Light. Na verdade não se parece muito com um documentário e sim a gravação de um show.

Gostei muito das cenas em que Martin Scorcese discute com o Mick Jagger sobre o palco e gostei mais por conta da forma como filmaram. Aquela sensação de vídeo amador, com a imagem cheia de “ruídos” (bom, não sei se no cinema se dá esse nome, mas na fotografia digital seria o termo). Também gostei dos registros antigos que entravam entre uma música e outra, contando algumas histórias da banda.

Li muitas críticas a respeito do filme como a visita do Clinton e sua família, Cristina Aguilera cantando e a falta da voz da Lisa Fischer, os inúmeros closes mostrando todas as rugas do Mick Jagger, Keith Richards e do Ronnie Wood, já o Charlie Watts esteve como sempre, discreto.

E foi um bom show. Só que na minha opinião ainda não ganhou do Lets Spend The Night Together (exibido nos cinemas em 1982 e que eu só fui conhecer em 1994).

Ah, e faltou uma das músicas que mais amo: Ruby Tuesday.



domingo, 2 de janeiro de 2011

Impressão Digital

Há algum tempo venho “filosofando” sobre fotografia. Às vezes com os livros, outras com pessoas. Existem questões que ficam martelando na minha cabeça por dias, meses e pelo jeito algumas já fizeram até aniversário. Mas é disso que eu gosto.

Hoje em dia não consigo apenas olhar para a fotografia como aquele registro que fiz ou que foi feito por outra pessoa. Vejo fotografia em tudo e não estou sendo romântica até porque acho que o meu romance com a fotografia já passou para outro estágio.

A estética é uma das grandes questões no momento. Para entender melhor o assunto e para descobrir a minha linguagem fotográfica fiz um grande passeio por diferentes linguagens.

Fui procurar nos livros teóricos. Depois andei pela literatura, poesia, música, artes plásticas, fotografias, cinema... e continuo a passear por todas essas linguagens.

Também estudei as pessoas. Ouvi mais. O gosto de cada um, o olhar que cada pessoa tem e como é diferente! O discurso pode até parecer igual, mas existem detalhes que mostram um gosto específico.

Nas pessoas vi fotos. Fotos dos pensamentos e das ideias. Fotos em cada gesto. Fotos das palavras, das canções, dos sons que cada uma emitiu ao conversar comigo.

Não posso deixar de falar das crianças. Se cada fotógrafo parasse para ouvir as ideias mirabolantes de uma criança, teria no mínimo uma série de fotos para fazer. E não falo de fotos delas, mas as fotos das ideias!

Pois é... meu projeto Imagem, Imaginação, Imagem Ação nasceu assim. Uma conversa com um grupo de crianças maravilhadas com o jeito que a imagem se formava em uma bolinha de gude.

“Tá tudo de ponta cabeça!”. Diziam elas e realmente estava.

Da bolinha de gude fui correndo me encontrar com Escher, depois com Salvador Dali, Philippe Halsman, Chema Madoz, Jerry Uelsmann, Platão e O Mito da Caverna, os filmes, lugares...

Fui à procura da minha linguagem. Estou à procura da minha linguagem, daquele detalhe, daquele jeito que será a minha “digital fotográfica”.