Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração..."
1. | fixar os olhos em; observar; mirar |
2. | fazer por ver |
3. | estar voltado para; encarar |
4. | pesquisar; examinar |
5. | considerar; contemplar; ponderar |
6. | reparar em |
7. | velar; vigiar |
1. | dirigir a vista |
2. | estar na direcção (de) |
3. | atender; considerar |
4. | ocupar-se (de) |
5. | importar-se |
6. | dispensar benevolência |
mirar-se |
1. | aspecto dos olhos |
2. | acto de fixar os olhos em |
3. | modo de fixar os olhos em |
4. | olhado; olhar para a frente pensar no futuro; olhar por cuidar de, proteger; não olhar para trás não hesitar; olhe! exclamação que serve para chamar a atenção |
Yuri Bittar
Designer / Fotógrafo / Historiador
http://www.yuribittar.com
http://www.2communication.com
Essa moça tá diferente
Já não me conhece mais
Está pra lá de pra frente
Está me passando pra trás
Essa moça tá decidida
A se supermodernizar
Ela só samba escondida
Que é pra ninguém reparar
Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom
Ela me olha de cima
E vai desinventar o som
Faço-lhe um concerto de flauta
E não lhe desperto emoção
Ela quer ver o astronauta
Descer na televisão
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Que ela só me guarda despeito
Que ela só me guarda desdém
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Se do lado esquerdo do peito
No fundo, ela ainda me quer bem
Essa moça tá diferente (etc.)
Essa moça é a tal da janela
Que eu me cansei de cantar
E agora está só na dela
Botando só pra quebrar
Mas o tempo vai (etc.)
Diabo no Corpo - Pedro Abrunhosa
Umbigo meu nome é umbigo
Gosto muito de conversar comigo
Umbigo meu nome é espelho
Não dou ouvidos nem peço conselhos
Umbigo meu nome é certeza
Só é real o que convém à realeza
Umbigo meu nome é verdade
Sou o dono do mundo e o rei da cidade
Umbigo meu nome é umbigo...
Umbigo meu nome é umbigo...
Eu sou mais eu! dê cá um close no narciso
Umbigo meu nome é umbigo
Me peça tudo, só não peça para ter juízo
Umbigo meu nome é umbigo
Não sei de nada além de mim: o amor é cego
Umbigo meu nome é umbigo
Vivo na sombra e água fresca do meu ego
Eu vou andando, e quem quiser que acerte o passo
Faça o que eu digo, e eu me concentro no que faço
Se um dia o mundo pegar fogo eu salto antes
E dou adeus a seis bilhões de figurantes
Umbigo meu nome é umbigo
Quem está contra mim também está comigo
Umbigo meu nome é guru
Eu caí do céu foi pra mandar em tu
Umbigo meu nome é umbigo
O mundo perde o freio, e eu nem ligo
Comigo só não vai quem já morreu
Umbigo meu nome sou eu
Há um tempo atrás ouvi que as pessoas aprendem através de diferentes canais. Cada um tem um sentido mais apurado, a visão para alguns, o tato, o olfato, a audição e a degustação para outros, é preciso identificar o canal de cada um para então ensinar. Uns são mais comuns, outros nem tanto e eu tenho levado isso para a sala de aula. Percebo alguns desses caminhos muito fortes entre as crianças e percebo em mim também. Canais que me sensibilizam e me fazem aprender, crescer.
O mais forte em mim é a visão. Há anos ouço de diferentes pessoas que tenho um jeito observador, que vejo muito além, mas também tenho um grande defeito: muitas vezes guardo esta observação só pra mim. Algo a ser trabalhado.
Mas esse olhar observador me levou para a fotografia. Fico fascinada com as formas, cores, luzes, contornos e possibilidades.
“A linguagem da fotografia é a linguagem do ver. Do visto. O que, afinal, um fotógrafo expressa é o seu modo de ver o mundo. E podemos ver com mais ou menos inteligência, com mais ou menos sensibilidade, com mais ou menos originalidade, mais ou menos espontaneidade.
Ver é um ato intencional e criativo, exige vontade e motivação interior. Geralmente os fotógrafos são pessoas que se deleitam com o ver. Ver com profundidade significa compreender…”
Encantada por essa linguagem, totalmente ligada ao olhar, comecei a fazer ligações entre as duas áreas, fotografia e educação.
Há 13 anos trabalho com Educação e há 13 anos sou fascinada pelo ato de educar, trabalhar com crianças, participar do processo de construção do conhecimento de várias pessoas e com isso, a cada ano que passa, vou crescendo, me transformando e aprendendo cada vez mais.
A minha paixão pela educação está entre muitas coisas, pelo olhar. Esse olhar de bruxo que nós temos, capaz de florescer ou murchar um aluno. Um olhar ora intuitivo e na grande maioria das vezes, e ainda bem que é assim, um olhar cheio de intenção.
No dia-a-dia da sala de aula o olhar está presente. É o instrumento fundamental para as intervenções, trabalhar as diferentes situações do cotidiano, sejam elas pedagógicas ou emocionais. É com olhar que damos o primeiro passo para o vínculo, é com o olhar que descobrimos o grupo, seus encantos e suas dificuldades, é com olhar, observação e tato que vivemos e convivemos com o outro.
“Não vemos, porém, apenas com os nossos olhos. Podemos fazê-lo com a totalidade do nosso ser. Ver é sempre dinâmico. Reconhece e descobre objetos. Cria relações e atribui significados. Projeta nossas fantasias, evoca nossos sentimentos e provoca reações. Reagimos: fotografamos…
…A fotografia nasce da capacidade de maravilharmo-nos, de encontrar sentido, de deixarmo-nos tocar por aquilo que vemos…”
(trechos do texto: A linguagem fotográfica de Clóvis Loureiro)
Assim como na educação, para fotografar é preciso sensibilidade. O paralelo que traço entre as duas áreas está neste ponto.
Sem sensibilidade as fotos e o trabalho se tornam mecânico, sem emoção e na minha concepção de educação isso não é possível.
Olhar para o céu, observar a coloração, as nuvens, as formas e com a máquina registrar esse olhar me traz a mesma sensação de quando faço uma intervenção acertada com as crianças.
Para intervir é preciso observar, para fotografar também. Para atuar na educação é preciso estudo, empenho, tato, sensibilização e para fotografar também.
Além dessa ligação, uma pode estar a serviço da outra. Nos registros, no modo ver, nas apresentações, nos alimentos estéticos e assim por diante.
É só apurar o olhar…
Carla Zavatieri