"A Era Fotográfica
A fotografia corresponde a uma fase particular da evolução social para o modernismo. A ascensão de novas camadas da sociedade representava um maior significado político e social.
Os precursores do retrato fotográfico, nasceram da estreita relação com esta evolução. A ascensão dessas camadas sociais, em busca da sua individualidade e projeção social, provocou a necessidade da produção em larga escala de novos produtos de consumo, e particularmente da fotografia.
autor: Prof. Enio Leite / Publicado em: 9.10.2002
"Mandar fazer o retrato", era um ato simbólico, por meio do qual o público da classe social ascendente manifestava a sua mobilidade social, tanto para si mesmo, como para os demais, e se situava dentro daquele privilegiado grupo que tinha grande consideração social. Este processo transformava, ao mesmo tempo, a produção artesanal do retrato em meios cada vez mais mecanizados e, portanto, mais rápidos.
O retrato fotográfico, desta forma, representa a fase final dessa evolução. Desde 1750, em Paris, desponta, por impulsos sucessivos, a subida das classes médias no interior de uma sociedade cujas bases eram delimitadas pela aristocracia. Com o surgimento do público burguês e o desenvolvimento de seu bem estar material, aumenta também a sua necessidade de projeção social.
A independência econômica dessa nova classe gera também a necessidade de conquista do seu espaço político. O indivíduo ousa individualizar-se. Esse ousado indivíduo precisa, mais do que nunca, de um conjunto de leis próprias, precisa de habilidade e astúcia, necessárias a autopreservação, à auto-imposição, à auto-afirmação e à sua autoliberação. Aprofunda-se a necessidade de encontrar a sua característica manifestação, que esteja em função direta com a sua personalidade de afirmação, e a tomar consciência de si mesmo.
O retrato pintado, que na França era, há muitos séculos, privilégio de alguns círculos aristocráticos, com o advento da fotografia se democratiza. E, mesmo antes da Revolução Francesa, a moda do retrato já começa a ter grande aceitação pelos primeiros pequenos burgueses. Á medida em que afirmava a necessidade de representar-se, essa moda criava novas formas e técnicas de resultado satisfatório. Era a maneira encontrada pela nova classe para expressar seu culto pela individualidade.
Tivemos, assim, o surgimento da “silhouette,” que se constituía em um passatempo, ou seja, recortar, em papel cartão preto, o perfil dos amigos, ou ainda o retrato miniatura, executado por pintores miniaturistas, a "preços módicos". Em 1786 aparecia a técnica da gravação mecanizada do fisiotraço, que se baseava no mesmo princípio do pantógrafo. Era uma nova técnica de gravação de pequenos retratos em relevo, que copiava o perfil humano com escala e exatidão matemáticas.
Estes primeiros procedimentos de transcrição da imagem nada tinham que ver com o descobrimento técnico da fotografia, mas podem ser considerados como seus precursores ideológicos."
A fotografia corresponde a uma fase particular da evolução social para o modernismo. A ascensão de novas camadas da sociedade representava um maior significado político e social.
Os precursores do retrato fotográfico, nasceram da estreita relação com esta evolução. A ascensão dessas camadas sociais, em busca da sua individualidade e projeção social, provocou a necessidade da produção em larga escala de novos produtos de consumo, e particularmente da fotografia.
autor: Prof. Enio Leite / Publicado em: 9.10.2002
"Mandar fazer o retrato", era um ato simbólico, por meio do qual o público da classe social ascendente manifestava a sua mobilidade social, tanto para si mesmo, como para os demais, e se situava dentro daquele privilegiado grupo que tinha grande consideração social. Este processo transformava, ao mesmo tempo, a produção artesanal do retrato em meios cada vez mais mecanizados e, portanto, mais rápidos.
O retrato fotográfico, desta forma, representa a fase final dessa evolução. Desde 1750, em Paris, desponta, por impulsos sucessivos, a subida das classes médias no interior de uma sociedade cujas bases eram delimitadas pela aristocracia. Com o surgimento do público burguês e o desenvolvimento de seu bem estar material, aumenta também a sua necessidade de projeção social.
A independência econômica dessa nova classe gera também a necessidade de conquista do seu espaço político. O indivíduo ousa individualizar-se. Esse ousado indivíduo precisa, mais do que nunca, de um conjunto de leis próprias, precisa de habilidade e astúcia, necessárias a autopreservação, à auto-imposição, à auto-afirmação e à sua autoliberação. Aprofunda-se a necessidade de encontrar a sua característica manifestação, que esteja em função direta com a sua personalidade de afirmação, e a tomar consciência de si mesmo.
O retrato pintado, que na França era, há muitos séculos, privilégio de alguns círculos aristocráticos, com o advento da fotografia se democratiza. E, mesmo antes da Revolução Francesa, a moda do retrato já começa a ter grande aceitação pelos primeiros pequenos burgueses. Á medida em que afirmava a necessidade de representar-se, essa moda criava novas formas e técnicas de resultado satisfatório. Era a maneira encontrada pela nova classe para expressar seu culto pela individualidade.
Tivemos, assim, o surgimento da “silhouette,” que se constituía em um passatempo, ou seja, recortar, em papel cartão preto, o perfil dos amigos, ou ainda o retrato miniatura, executado por pintores miniaturistas, a "preços módicos". Em 1786 aparecia a técnica da gravação mecanizada do fisiotraço, que se baseava no mesmo princípio do pantógrafo. Era uma nova técnica de gravação de pequenos retratos em relevo, que copiava o perfil humano com escala e exatidão matemáticas.
Estes primeiros procedimentos de transcrição da imagem nada tinham que ver com o descobrimento técnico da fotografia, mas podem ser considerados como seus precursores ideológicos."
Neste link você encontra o texto inteiro.
http://www.fotodicas.com/historia/home.html
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