quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Histórias que uma foto conta...
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Eu indico
Palavra (En)Cantada é um documentário de longa-metragem (86min), dirigido por Helena Solberg, que percorre uma viagem na história do cancioneiro brasileiro com um olhar especial para a relação entre poesia e música. Dos poetas provençais ao rap, do carnaval de rua aos poetas do morro, da bossa nova ao tropicalismo, Palavra (En)cantada passeia pela música brasileira até os dias de hoje, costurando depoimentos de grandes nomes da nossa cultura, performances musicais e surpreendente pesquisa de imagens.
O filme conta com a participação de Adriana Calcanhotto, Antônio Cícero, Arnaldo Antunes, BNegão, Chico Buarque, Ferréz, Jorge Mautner, José Celso Martinez Correa, José Miguel Wisnik, Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Lenine, Luiz Tatit, Maria Bethânia, Martinho da Vila, Paulo César Pinheiro, Tom Zé e Zélia Duncan. Imagens de arquivo resgatam momentos sublimes de Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Tom Jobim.
A maioria das entrevistas foi realizada na casa dos entrevistados, em atmosfera intimista, com o registro de declamações e canções especialmente para o documentário. Poemas de Fernando Pessoa, João Cabral de Melo Neto, Hilda Hilst e pérolas de nossos grandes compositores conduzem o roteiro do Palavra (En)Cantada. Entre as músicas do filme estão Choro Bandido (Chico Buarque/Edu Lobo), Alegria, Alegria (Caetano Veloso), Alvorada (Cartola), História do Brasil (Lamartine Babo), Inclassificáveis (Arnaldo Antunes), Fábrica do Poema (Adriana Calcanhotto/Waly Salomão), 2001(Tom Zé/Rita Lee) e O Mar (Dorival Caymmi).
Site: Palavra Encantada
domingo, 26 de dezembro de 2010
(Cazuza)
Pra que sonhar
A vida é tão desconhecida e mágica
Que dorme às vezes do teu lado
Calada
Calada
Pra que buscar o paraíso
Se até o poeta fecha o livro
Sente o perfume de uma flor no lixo
E fuxica
Fuxica
Tantas histórias de um grande amor perdido
Terras perdidas, precipícios
Faz sacrifícios, imola mil virgens
Uma por uma, milhares de dias
Ao mesmo Deus que ensina a prazo
Ao mais esperto e ao mais otário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Tão desprevenida e exata
Que um dia acaba
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
A fotografia como tradição
domingo, 21 de novembro de 2010
Um monge descabelado me disse no caminho: eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha idéia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas de um homem debaixo da ponte, mas pode ser também de um gato no beco ou de uma criança presa num cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado pro arcaíco ou mesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro. (O olho do monge estava perto de ser um canto.)
Continuou: a palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como um lírio pode nascer de um montouro.
E o monge se calou descabelado.
Manoel de Barros
Ensaios Fotográficos
sábado, 20 de novembro de 2010
Eu indico!
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Definição
Representação de uma figura individual ou de um grupo, elaborada a partir de modelo vivo, documentos, fotografias, ou com o auxílio da memória, o retrato (do latim retrahere, copiar) em seu sentido primeiro ligado à idéia de mimese . Por essa razão, foi muito utilizado nas academias e escolas de arte para o aprendizado do ofício e domínio da técnica. Na pintura, o retrato se afirma como gênero autônomo no século XIV, após ter sido utilizado no Egito, no mundo grego e na sociedade romana, com finalidades diversas: comemorativa, religiosa, funerária etc. Giovanni, o Bom (1360), pertencente ao Museu do Louvre, é considerado um dos primeiros retratos pintados de que se tem notícia. A partir daí, o retrato passa a ocupar lugar destacado na arte européia, atravessando diferentes escolas e estilos artísticos. A produção de auto-retratos segue o desenvolvimento do gênero, desde o início, constituindo um filão fartamente explorado por artistas de todas as épocas.
A difusão da retratística acompanha os anseios da corte e da burguesia urbana de projetar suas imagens, na vida pública e privada. Artistas flamengos, como Jan van Eyck (ca.1390 - 1441) contribuem para a afirmação do gênero. O célebre quadro Giovanni Arnolfini e sua Esposa (1434), por exemplo, focaliza um casal, em primeiro plano, dentro de uma sala. Tanto as figuras quanto o ambiente doméstico são representadas com extrema atenção aos detalhes, cores e texturas, o que coloca a obra entre o retrato e a pintura de gênero. Na Itália, associa-se à feitura de retratos no século XV os pintores Piero della Francesca (ca.1415 - 1492) - retratos de Federico e sua Esposa (ca.1465) - e Domenico Ghirlandaio, (1449 - 1494). Velho com seu Neto talvez seja o retrato mais conhecido de Ghirlandaio, pelo ar, ao mesmo tempo severo e suave, que imprime à figura do ancião. Na Renascença italiana, a produção de retratos se expande de acordo com uma doutrina-filosófica que tem o homem como centro das atenções. Os retratos de Rafael (1483 - 1520), são comparados aos de Leonardo Da Vinci (1452 - 1519), pelo estilo sutil das caracterizações e aos de Ticiano (ca.1488 - 1576), em função das cores empregadas. Neles, o pintor retoma o célebre motivo da Virgem com o Menino (Madona Sistina, ca.1512-1514) e documenta os círculos intelectuais da época (Baldassare Castiglioni, ca.1515). Os retratos de Ticiano se destacam pela originalidade da composição, pelo colorido e movimento (Homem com uma Luva, ca.1520). Da Vinci, por sua vez, realiza retratos em sua fase milanesa, até 1499 - Dama com um Arminho, por exemplo -, no período florentino, entre 1500 e 1506 (a Mona Lisa) e também na última fase de sua carreira (as duas imagens de São João Batista, uma delas convertida em Baco, ca.1515). O sorriso enigmático, as sombras, o dedo indicador elevado e as fartas cabeleiras são traços salientes dos retratos de Leonardo, repetidos pelos seguidores.
O século XVII assiste ao realismo original de Caravaggio (1571 - 1610) - evidenciado em Davi (1605), por exemplo - e o de Diego Velázquez (1599 - 1660), que projeta figuras recorrendo às cores quentes e ao chiaroscuro caravaggiano. Velázquez realiza retratos ao longo de toda a sua obra, sobretudo a partir de 1623, quando se torna pintor da corte de Filipe IV. Aí, as influências de Ticiano revelam-se nas poses naturais e no descarte de acessórios. Na Itália, realiza Juan de Pareja (1650), retrato de seu escravo mulato e Papa Inocêncio (1650), considerada uma das obras mestras do retrato mundial. Sua obra mais famosa - Las Meninas (ca.1656) - mostra o pintor no estúdio retratando a família real. A arte barroca européia encontra leitura particular nas telas de Peter Paul Rubens (1577 - 1640). O célebre Auto-retrato com a Mulher (1609), é revelador do estilo autoral do pintor, expressa na liberdade da pose, na tonalidade dourada que ilumina a tela e na paisagem que se deixa entrever por trás dos corpos em primeiro plano. Frans Hals (ca.1581 - 1666) e Rembrandt (1606 - 1669) são dois outros grandes nomes do retrato no século XVII. Hals dedica-se quase que exclusivamente ao gênero. O seu retrato coletivo em tamanho natural, O Banquete dos Oficiais da Milícia de São Jorge (1616), inaugura novo esquema de composição ancorado na linha diagonal que organiza as figuras na tela. O pintor atinge o auge da popularidade entre 1630 e 1640, quando realiza o retrato dos Regentes e das Regentes do Asilo dos Idosos (ca.1664). Rembrandt inaugura forte tradição retratística ao romper o esquema convencional de composição de grupos (Lição de Anatomia do Dr. Tulp, 1632) e, nos retratos individuais, ao conferir densidade psicológica aos tipos retratados, com auxílio de contrastes luminosos (Saskia Sorridente, 1642).
Os séculos XVIII e XIX fornecem novos contornos aos retratos, projetando figuras de segmentos sociais mais amplos (e não apenas dos círculos aristocráticos) por meio de maior liberdade expressiva. Mesmo no interior de um padrão clássico de composição, o pintor subverte a convenção, por exemplo, nos retratos de Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780 - 1867), em que a figura representada na tela dirige seu olhar a um observador não-retratado, mas implícito - recurso que será explorado pelos retratos de Pablo Picasso (1881 - 1973). No Retrato de Mademoiselle Rivière (1805-1806), além disso, notam-se os contornos expressivos, a sensualidade da figura e a redução do aparato cênico, característicos do pintor (cf. A Banhista de Valpiçon, 1808). Os impressionistas, Olympia (1865), de Éduard Manet (1832 - 1883), as banhistas e dançarinas de Edgar Degas (1834 - 1917); os pós-impressionistas, Retrato do Carteiro Roulin e Auto-retrato com Orelha Enfaixada (ambas de 1888), de Vincent Van Gogh (1853 - 1890); e os neo-impressionistas - Mãe e Menino (1899), de Édouard Vuillard (1868 - 1940) rompem definitivamente com o acento naturalista que marca a tradição retratística. O advento da fotografia é fator fundamental para o descarte da reprodução fiel da figura e do mundo, levando os pintores a enfatizar o caráter interpretativo da obra. Cabe lembrar que a fotografia, ela mesma, desenvolve uma retratística própria, o que leva a pensar o retrato como gênero extremamente popular no interior do campo fotográfico, alimentado pelo baixo custo dos cartões de visitas produzidos a partir de 1860.
A reflexão sobre as possibilidades e limites da representação atravessa a arte do século XX, e encontra tradução particular nos retratos. Um exemplo específico, como o embate de Alberto Giacometti (1901 - 1966) com um de seus modelos, o escritor James Lord, tem a vantagem de evidenciar, pelo acompanhamento da feitura de um quadro, os dilemas do artista moderno na tentativa de reproduzir o que vê, fora da pauta naturalista. Alguns artistas do século XX se associam diretamente ao gênero, como Amedeo Modigliani (1884 - 1920), que produziu grande quantidade de rostos, em geral, formas simplificadas e alongadas. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a arte pop retoma a figura e o retrato numa outra chave: a partir das imagens publicitárias, dos quadrinhos, do cinema etc. Também no interior do chamado hiper-realismo, foi produzida uma grande quantidade de retratos. Acompanhar o gênero nas artes visuais brasileiras, obrigaria a retomada da história da arte no país, desde pelo menos as figuras monumentais de Albert Eckhout (ca.1610 - ca.1666). Vale assinalar a forte retratística na pintura brasileira do século XIX e início do XX, com August Müller (1815 - ca.1883) (Retrato de Gradjean de Montigny, ca.1843), Almeida Júnior (1850 - 1899) (Caipira picando fumo, 1893 e Nhá Chica, 1895) e Eliseu Visconti (1866 - 1944), responsável por uma série de figuras femininas e auto-retratos (Ilusões Pedidas, 1933). No âmbito do modernismo, uma profusão de retratos e auto-retratos vêm à luz: os realizados por Tarsila do Amaral (1886 - 1973), Guignard (1896 - 1962) e Candido Portinari (1903-1962), por exemplo. Célebres também os retratos de Flávio de Carvalho (1899 - 1973) e as figuras de Iberê Camargo (1914 - 1994).
Fonte: Itaú Cultural
domingo, 14 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Fadas de Cottingley
Fonte:
http://imagesvisions.blogspot.com/2010/11/morre-o-fotografo-que-revelou-farsa-nas.html
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
A caixa que ri...
Outro dia fui trabalhar e ao passar por uma rua me deparei com uma caixa de papelão na sarjeta, boiando numa poça de água.
Ela parecia sorrir!
Passei reto, mas ao chegar na esquina tive o impulso de voltar e olhar novamente para a caixa risonha.
Tirei minha máquina da bolsa, uma pequena que carrego sempre comigo e registrei.
Um gari que varria por ali ficou observando de longe, depois se aproximou e perguntou: Tá tirando foto do que menina?
Eu comecei a rir e respondi: Da caixa, ela está rindo pra mim!
Ele me olhou, olhou para caixa de vários ângulos e disse espantado: É mesmo, ela está rindo!
Agora vou procurar coisas que riem pra mim também, menina!
Saímos os dois, uma para cada lado e ... rindo!
sábado, 30 de outubro de 2010
(Paulo Freire em Cartas à Cristina, 1994.)
(Paulo Freire. Pedagogia do Oprimido).
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Citação de Charles Lalo extraída do livro Iniciação à estética, de Ariano Suassuna.
Dica de Sueli Bonturi
domingo, 24 de outubro de 2010
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
“E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.”
Machado de Assis
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
No clarear do dia vou para o roçado
A capinar.
Até de tarde tiro o meu eito: arranco inços tranqueiras,
joás e bosta de bugiu que não serve nem para esterco.
Abro a terra e boto as sementes.
Deixo as sementes para a chuva enternecer.
Dou um tempo.
Retiro de novo as pragas: dejetos de aves, adjetivos.
(Retiro adjetivos porque eles enfraquecem as plantas)
E deixo o texto a germinar sobre o branco papel
Na maior masturbação com as pedras e as rãs.
Ensaios fotográficos
Manoel de Barros
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Eis a foto:
Mais trabalhos de Sueli Bonturi clique aqui: http://suelibonturi.blogspot.com/
domingo, 26 de setembro de 2010
É fotografia? É pintura? Acredito que o trabalho dela transcende, não dá para rotular.
Une linguagens e faz pensar.
Gostei muito!
sábado, 25 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Susanne Langer
sábado, 18 de setembro de 2010
Sintaxe da Linguagem Visual
Donis A. Dondis
Sintaxe da Linguagem Visual
Donis A. Dondis
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Sem Fantasia
Chico Buarque
Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perde-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu
Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Meio dia,
um dia e meio,
meio dia, meio noite,
metade deste poema
não sai na fotografia,
metade, metade foi-se.
Mas eis que a terça metade,
aquela que é menos dose
de matemática verdade
do que soco, tiro, ou coice,
vai e vem como coisa
de ou, de nem, ou de quase.
Como se a gente tivesse
metades que não combinam,
três partes, destempestades,
três vezes ou vezes três,
como se quase, existindo,
só nos faltasse o talvez.
Paulo Leminski
domingo, 22 de agosto de 2010
(LARROSA BONDIA, J. 2004,p160)
sábado, 21 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
19 de agosto - Dia Mundial da Fotografia
Já usei este texto no blog, mas resolvi repetir em homenagem ao Dia Mundial da Fotografia.
Parabéns à todos que trabalham com a arte de registrar!!!
O FOTÓGRAFO
Manoel de Barros
Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada minha aldeia estava morta.
não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei a máquina.
O Silêncio era o carregador ?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no
beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na
existência mais que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Pilhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski - seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Nenhum outro poeta no mundo faria uma roupa mais justa para cobrir a sua noiva.
A foto saiu legal.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
Alfabetização Visual
Chamamos alfabetização visual à capacidade de ver algo além do mero enxergar. A alfabetização visual permite a percepção e o entendimento de tudo o que se vê, por exemplo, o conteúdo de uma imagem - incluindo seus aspectos formais como perspectiva e profundidade –; enfim, do que representa algo não utilizando palavras. Mais profundamente, no entanto, a alfabetização visual inclui a compreensão da manipulação das imagens e apreciação estética dos meios visuais e de comunicação; além do entendimento de elementos culturais que circundam toda essa veiculação de imagens nas sociedades humanas. Ainda como objetivos da alfabetização visual, há os que não diferem daqueles perseguidos pela alfabetização da língua escrita e falada: dar subsídios ao maior número possível de pessoas para que elas possam aprender, interagir, receber informações, interferir e criar em uma realidade que se apresenta, atualmente - com a diversificação de suportes e de linguagens através do quais se dão as comunicações -, quase que por completo através de recursos visuais.
A alfabetização verbal e escrita não foi atingida com rapidez nem facilidade, portanto o mesmo não ocorreria com a alfabetização visual, mais sofisticada e complexa. Assim como na primeira, na segunda também existem níveis de excelência; há uma grande diferença entra alguém que sabe apenas ler e escrever e outro extremamente culto. Na alfabetização visual, a cultura é adquirida por meio de educação e da aquisição de repertórios, ou seja, além dos ensinamentos técnicos, a experiência em ler o mundo é fundamental.
Sem dúvida, a linguagem verbal é uma poderosa ferramenta de comunicação, mas não dá conta de toda a gama de significados a serem transmitidos entre os seres humanos. A linguagem visual é o novo patamar da interação social, é a chave para uma grande evolução na comunicação e no entendimento entre os diferentes indivíduos e grupos. Ela abre uma infinidade de portas para as possibilidades de expressão, e não só facilita e agiliza sua trasmissão, mas amplia a profundidade dos significados. Utilizamos a linguagem visual cada vez com mais intensidade, e algumas vezes irresponsavelmente, sem a noção dos resultados que serão gerados.
Stephanie Stamm Biglia e Gabriela Lancellotti Zapparolli Pupin
Mais aqui -> http://wiki.eca.luli.com.br/index.php/Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o_visual
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
"Mar adentro, mar adentro
e nesse fundo onde não há mais peso,
onde se realizam os sonhos,
se juntam as vontades
para cumprir um desejo.
Um beijo acende a vida
com um relâmpago e um trovão,
e em uma metamorfose
meu corpo já não é mais meu corpo
é como penetrar o centro do universo
O abraço mais pueril
e o mais puro dos beijos,
até vermo-nos reduzidos
a um único desejo:
Seu olhar e meu olhar
como um eco se repetindo, sem palavras:
mais adentro, mais adentro,
até mais além de todo o resto
pelo sangue e pelos ossos
Mas me desperto sempre
e sempre quero estar morto
para seguir com minha boca
enredada em teus cabelos"
domingo, 8 de agosto de 2010
Queria transformar o vento.
Dar ao vento uma forma concreta e apta a foto.
Eu precisava pelo menos de enxergar uma parte física
do vento: uma costela, o olho...
Mas a forma do vento me fugia que nem as formas
de uma voz.
Quando se disse que o vento empurrava a canoa do
índio para o barranco
Imaginei um vento pintado de urucum a empurrar a
canoa do índio para o barranco.
Mas essa imagem me pareceu imprecisa ainda.
Estava quase a desistir quando me lembrei do menino
montado no cavalo do vento – que lera em
Shakespeare.
Imaginei as crinas soltas do vento a disparar pelos
prados com o menino.
Fotografei aquele vento de crinas soltas.
Manoel de Barros
sábado, 7 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
sábado, 31 de julho de 2010
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Eu indico...
Quando: de 9 de julho a 22 de agosto (terça a sexta, das 10h30 às 21h30; sábados domingos e feriados, das 10h30 às 18h30)
Onde: Sesc Pinheiros - Espaço de exposição, no térreo, e terceiro andar (r. Paes Leme, 195 - Pinheiros, São Paulo - SP)
Quanto: grátis
quinta-feira, 29 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Adriana Calcanhotto
Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...
Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...