quarta-feira, 28 de outubro de 2009
James Nachtwey
Extracto con subtítulos incrustados en español del documental "War Photographer" dirigido por Christian Frei en la que el director siguió al fotógrafo James Nachtwey durante un periodo de dos años por los territorios de Kosovo, Indonesia, y Palestina para mostrar el modo en que el fotógrafo desarrolla su trabajo, su tenacidad y su profesionalidad.
El documental muestra una perspectiva única del modo de trabajar de Nachtwey gracias a una pequeña cámara adherida a su cuerpo, y muestra cómo el fotógrafo trabaja en condiciones de gran peligro. Por primera vez en la historia de documentales de fotógrafos, esta técnica permitió echar una auténtica mirada al interior del trabajo de un fotoperiodista. El programa también recoge los testimonios de compañeros y colegas de Nachtwey.
La película aparte de ganar numerosos premios internacionales fué nominada en el 2002 a los Oscar y en el 2004 a los Emmy.
James Nachtwey, el fotógrafo protagonista de este documental, en 2007 gana el premio TED, dotado con 100,000$ los cuales emplea para la realización de un proyecto para la lucha contra la tuberculosis, el XDR-TB (Extremely drug-resistant tuberculosis).
Gracias a este proyecto, Natchwey pretende acercar a todo el mundo la plaga de la tuberculosis, una enfermedad diagnosticable y curable, que cada 20 segundos mata a una persona en el mundo
youtube
El documental muestra una perspectiva única del modo de trabajar de Nachtwey gracias a una pequeña cámara adherida a su cuerpo, y muestra cómo el fotógrafo trabaja en condiciones de gran peligro. Por primera vez en la historia de documentales de fotógrafos, esta técnica permitió echar una auténtica mirada al interior del trabajo de un fotoperiodista. El programa también recoge los testimonios de compañeros y colegas de Nachtwey.
La película aparte de ganar numerosos premios internacionales fué nominada en el 2002 a los Oscar y en el 2004 a los Emmy.
James Nachtwey, el fotógrafo protagonista de este documental, en 2007 gana el premio TED, dotado con 100,000$ los cuales emplea para la realización de un proyecto para la lucha contra la tuberculosis, el XDR-TB (Extremely drug-resistant tuberculosis).
Gracias a este proyecto, Natchwey pretende acercar a todo el mundo la plaga de la tuberculosis, una enfermedad diagnosticable y curable, que cada 20 segundos mata a una persona en el mundo
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sábado, 17 de outubro de 2009
domingo, 11 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
A areia da ampulheta - Braulio Tavares
Muita gente experimenta a sensação de que, à medida que os anos passam, vão ficando cada vez mais curtos. Tenho várias teorias para explicar este fato inusitado. Quando tínhamos dez anos de idade, um ano parecia uma coisa interminável, que não iria acabar nunca. Pensávamos nas férias de fim de ano e achávamos que quando elas chegassem estaríamos decrépitos, de barbas brancas. Hoje, doze meses passam assim: vupt! Quando a gente menos imagina, lá vem a Micarande de novo.
Leon Tolstoi tinha uma boa teoria, baseada nas proporções. Dizia ele: “Para um menino de cinco anos, um ano é 1/5 do tempo que ele experimentou, ou seja, é muita coisa. Para um velho de 80 anos, é apenas 1/80”. Faz sentido, porque corrobora uma verdade intuitiva que descobri sozinho: nossa mente desconhece o Passado e o Futuro, conhece apenas o Presente, e este corresponde à memória de todas as nossas experiências. Tolstoi aos 80 anos tinha um Presente com esta mesma extensão, quase incomensurável, mas o preço disto era que um ano, lá dentro, sumia de vista.
Há teorias segundo as quais os anos estão mais curtos devido a um processo astronômico qualquer, e que nossos calendários e a nomenclatura das quatro estações não correspondem mais às voltas da Terra em torno do Sol. Mas a Ciência discrepa.
Outra teoria diz: imagine uma ampulheta, um relógio-de-areia. A parte de cima está cheia de areia, a qual começa a escorrer, num filete fininho, pelo orifício, para se depositar na metade de baixo. A areia da parte de cima foi cuidadosamente nivelada, de modo que corresponde a um círculo colocado num plano horizontal. Este círculo é Um Ano (ou um dia, ou um mês, o que quisermos). Seu diâmetro depende de quê? Depende da quantidade de areia que resta para se escoar. À medida que lá embaixo a areia vai escoando, o volume total da parte de cima se reduz, a areia como um todo vai descendo, e o círculo plano da sua superfície vai se reduzindo em tamanho. O sujeito olha para o lado de repente e pensa: “Oi... Diminuiu?!”
Esta redução explica também a sensação que temos, ao longo da vida, de que o mundo vai ficando pequeno. As distâncias físicas diminuem, porque automóveis e aviões são mais rápidos. As distâncias psicológicas também, graças ao fax, ao DDD e DDI, à Internet, ao Skype. A cada encolhimento do Espaço, corresponde um encolhimento proporcional do Tempo. Se hoje a gente transpõe mil quilômetros num pulo, por que não transporia mil dias?
E a vida segue, construindo seus castelos numa areia que não pára de se escoar por um ralo invisível, numa hemorragia poenta, paciente e fatal. Daí a pouco o círculo de cima já está deste tamanhinho, e parece ainda menor pela quantidade de coisas que ali edificamos, planos, projetos, sonhos, tudo já se atravancando e se esbarrando num circulozinho cada vez menor; mas já nos acostumamos a ele, estamos ali há tantos anos que temos todo o direito de achar que ele vai permanecer ali ininterrupt
O Depressivo - Braulio Tavares
Uma vez eu conversava sobre Literatura com alguns amigos quando alguém foi na estante, pegou um livro de Dostoiévski, e comentou que certo conto foi escrito numa fase em que o autor estava muito deprimido, arrasado por problemas financeiros e de saúde, pensando em suicidar-se, etc. Eu folheei o livro (faz muitos anos, não lembro mais que livro era), li alguns trechos, e tentei imaginar que tipo de emoções depressivas resultariam numa prosa tão bem escrita quanto aquela. Pensei, com a irreverência sacrílega que me é tão espontânea: “Oxente, eu bem queria ter uma depressão e escrever desse jeito! Era lucro!”
Anos depois eu estava editando um livro e me deram para examinar uma “boneca”, uma prova do livro em seus primeiros estágios. A diagramação proposta e as ilustrações estavam todas lá, mas não o texto. Nos lugares que iriam ser ocupados pelo texto, havia apenas blocos inteiros de letras sem sentido, guardando o lugar. Eram apenas duas letras, repetidas aleatoriamente: nnoonn oooonn oooonnn nooooonnn ooo nnnooo nnonono ooono nonono nnnoo ooonono oonnoonnoo ooooonnn nono onon nonooo nnnooo nnonono oo... Acho que é uma convenção gráfica usar estas duas letras, e não jfjfjf, kwkwkw ou outras.
Naquela madrugada insone, olhando esse texto-fantasma, vi ali pela primeira vez um hipotético texto literário produzido por um escritor com depressão. Estava ali a mais aterrorizante força da Natureza: a Entropia, a perda de energia, a perda de significado, a perda da diferenciação. A Entropia é a progressão rumo ao que os cosmólogos chamam “a morte térmica do Universo”: o dia em que todas as estrelas terão esgotado seu combustível e o Universo inteiro será uma extensão indiferenciada, reta e uniforme como a linha horizontal de um eletrocardiograma numa UTI, quando o coração pára de bater, pára de fazer a linha luminosa no mostrador dar aqueles pulinhos ritmados, e avança numa direção só: piiiii...
Texto produzido pela depressão, o de Dostoiévski? Besteira. Aquilo ali é a cura da depressão. Ler pessimistas como Kafka, Cioran, Albino Forjaz de Sampaio, cura a depressão de qualquer pessoa. O que deveria nos aterrorizar é a ausência de idéias, de emoções, de palavras, de sentido. Quem assistiu “O Iluminado” de Kubrick (ou leu o livro de Stephen King) deve lembrar a cena mais apavorante do filme. Jack Torrance, o protagonista, está endoidecendo aos poucos, mas todo dia senta na máquina e passa horas escrevendo um romance. A certa altura, a mulher dele pega aquelas centenas de folhas escritas, e vê que em todas elas há apenas uma frase, repetida obsessivamente: “All work and no play makes Jack a dull boy” (“Só trabalhar, sem se divertir, faz de Jack um menino deprimido”). Esta única frase, de cima a baixo, ao longo de centenas de páginas, depois de semanas de trabalho. Aquele sujeito, sim, está a um passo do zero absoluto, está a um passo de ser capaz de escrever apenas: nononono nnnoonnoo ooooonno ooooooo...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Aula de Vôo
O conhecimento
Caminha lento feito lagarta.
Primeiro não sabe que sabe
E voraz contenta-se com cotidiano orvalho
Deixado nas folhas vividas das manhãs.
Depois pensa que sabe
E se fecha em si mesmo:
Faz muralhas,
Cava trincheiras,
Ergue barricadas.
Defendendo o que pensa saber
Levanta certeza na forma de muro,
Orgulha-se de seu casulo.
Até que maduro
Explode em vôos
Rindo do tempo que imagina saber
Ou guardava preso o que sabia.
Voa alto sua ousadia
Reconhecendo o suor dos séculos
No orvalho de cada dia.
Mas o vôo mais belo
Descobre um dia não ser eterno.
É tempo de acasalar:
Voltar à terra com seus ovos
À espera de novas e prosaicas lagartas.
O conhecimento é assim:
Ri de si mesmo
E de suas certezas.
É meta de forma
Metamorfose
Movimento
Fluir do tempo
Que tanto cria como arrasa
A nos mostrar que para o vôo
É preciso tanto o casulo
Como a asa
Mauro Iasi
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