quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.
(Clarice Lispector)
domingo, 26 de outubro de 2008
Por Deus, não posso entender
Porque vamos chorando
Se os nossos cicerones
São aves cantando
Lateralmente as flores
Deitam aroma sorrindo
E ouço da natureza
Que sejam bem-vindos
O vento de quando em quando
Num sussuro sereno
Obriga toda a floresta
A nos fazer aceno
E um festival de alegria
Que me põe a imaginar
Não sei se devemos rir
Ou Chorar
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.
As Rosas Não Falam - Cartola
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
domingo, 19 de outubro de 2008
Pousa um momento
Um só momento em mim,
Não só o olhar, também o pensamento.
Que a vida tenha fim
Nesse momento!
No olhar a alma também
Olhando-me, e eu a ver
Tudo quanto de ti teu olhar tem.
A ver até esquecer
Que tu és tu também.
Só tua alma sem tu
Só teu pensamento
E eu onde, alma sem eu. Tudo o que sou
Ficou com o momento
E o momento parou.
sábado, 18 de outubro de 2008
Infelizmente, ainda não se escreveu a história dos homens e das mulheres sem história.
(Miguel de Unamuno)
Em quadrados de imagens, uma proposta: a possibilidade de um olhar peculiar sobre os varais de roupas. Um exercício de reflexão a partir do lugar que se ocupa; e nos dias de hoje não há quem não tenha um varal para, aqui, se identificar.
O varal, por sua função, pressupõe o espaço ao ar livre. Roupas molhadas esperam vento, esperam sol. Homens e mulheres esperam roupas secas. Ciclo renovável de uso diário, de vida vivida, de pessoas vestidas
É certo, o óbvio: os varais têm, sim, um valor funcional - servem para secar roupa. Mas é no certo e no óbvio que cabe um olhar que indaga como as pessoas são a partir do que elas têm e mostram.
Lençóis é um pedaço vivo de Brasil intenso. Um microcosmo brasileiro, onde o valor funcional se agrega ao valor cultural quando o espaço para a vivência humana esgota-se em possibilidades de ocupação. O varal é o primeiro a ultrapassar os limites espaciais da casa, ora indo para o meio da rua, para a calçada, ora ocupando o terreno baldio ao lado ou à frente e, em muitas vezes, apoderando-se das pedras à beira-rio. E assim, o privado se mescla ao público no momento em que a rua e o rio, juntamente com os carros e cidadãos, são espaços para o varal, para as roupas íntimas ou preferidas.
Em uma visão metafórica podemos dizer que o varal é a bandeira de cada família e a bandeira é, em si, um pedaço de pano, com uma ou mais cores, com legendas, que se hasteia e serve como distintivo de identidade.
Histórias ao vento
Ana Cândida Zanesco
Texto:
http://www.studium.iar.unicamp.br/11/1.html?studium=index.html#
domingo, 12 de outubro de 2008
Na Carreira
Composição: Chico Buarque e Edu LoboPintar, vestir
Virar uma aguardente
Para a próxima função
Rezar, cuspir
Surgir repentinamente
Na frente do telão
Mais um dia, mais uma cidade
Pra se apaixonar
Querer casar
Pedir a mão
Saltar, sair
Partir pé ante pé
Antes do povo despertar
Pular, zunir
Como um furtivo amante
Antes do dia clarear
Apagar as pistas de que um dia
Ali já foi feliz
Criar raiz
E se arrancar
Hora de ir embora
Quando o corpo quer ficar
Toda alma de artista quer partir
Arte de deixar algum lugar
Quando não se tem pra onde ir
Chegar, sorrir
Mentir feito um mascate
Quando desce na estação
Parar, ouvir
Sentir que tatibitati
Que bate o coração
Mais um dia, mais uma cidade
Para enlouquecer
O bem-querer
O turbilhão
Bocas, quantas bocas
A cidade vai abrir
Pruma alma de artista se entregar
Palmas pro artista confundir
Pernas pro artista tropeçar
Voar, fugir
Como o rei dos ciganos
Quando junta os cobres seus
Chorar, ganir
Como o mais pobre dos pobres
Dos pobres dos plebeus
Ir deixando a pele em cada palco
E não olhar pra trás
E nem jamais
Jamais dizer
Adeus
sábado, 11 de outubro de 2008
Duane Michals
"A submersão pode ser um ato solitário e contemplativo, como um mergulho em si mesmo. O tempo e o som modificam a maneira como sentimos o mundo."
Ensaio de Henry Macário.
EADWEARD MUYBRIDGE
1830-1904
Começou sua carreira de fotógrafo em 1860 na California e logo se tornou conhecido como um grande fotógrafo de paisagem.
Muybridge desenvolveu novas técnicas, equipamentos e químicas, conforme sua necessidade, como o zoopraxiscope que projetava em sucessão rápida, imagens simulando movimento. Esta invenção é considerada, para muitos estudiosos, como a Invenção do Cinema!
Além do estudo do movimento de animais, Muybridge nos deixou um enorme acervo de imagens de homens, mulheres e crianças em ação. O trabalho de movimento de Muybbridge serviu de matéria de pesquisa para atletas, artistas, cientistas, enfim todos aqueles que necessitavam conhecer a fundo o funcionamento dos músculos e o centro de gravidade dos corpos em movimento. O padrão utilizado como fundo tunha a função de auxiliar esses estudos.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
"A fotografia consiste muitas vezes em saber olhar as coisas de forma apropriada…
Há quem defenda que com o Preto e Branco se pode exprimir mais directamente o que se vê.
No campo da fotografia artística o Preto e Branco terá sempre o seu lugar, da mesma forma que os desenhos a carvão não são inferiores às pinturas a óleo.
Mas para aproveitar ao máximo as suas qualidades há que aprender a Pensar em Preto e Branco. "
In Guia Prático de Fotografia, SALVAT, Volume 10