sábado, 27 de setembro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
P.S. Cacá, obrigada!
domingo, 14 de setembro de 2008
Algumas imagens chegam até nós provocando uma sensação de estranhamento. Pela força indescritível de sua presença, vão cada vez mais atraindo, arrastando e seduzindo-nos como um canto de sereias. Não há miragens, o inferno é ver. Essa viagem nos causa um quase mal-estar, mas sua força, seu modo de nos arrancar os olhos, consiste nesse quase. A imagem mantém-se em nós tão somente por ser esse fora indescritível, pelos lances que vimos, mas não conseguimos apreender, como um vulto. Assim encontramos as fotografias de Francesca Woodman, figura curiosa que, como suas imagens, seduziu sem deixar pistas. Woodman entrou para a fotografia usando o corpo como experiência, como laboratório de si. Fez uma viagem sem volta ao limiar do corpo, como se percorresse seus limites para encontrar o inevitável: seu devir-outro-fotográfico, sua imagem-vulto: trata-se de uma quase assinatura como se no meio do tumulto animal da vida, uma outra imagem, ou sombra, se intercalasse, não como pólo gerador daquelas imagens, como autor da obra inscrita mas, pelo contrário, como o que deixa apenas um rastro secreto, como aquele que ao movimento, ao que é animado, confundindo-se com a pedra, tornada para nós tumular – aquela que guarda o segredo do nascimento da arte. Não é, portanto, uma alma ou subjetividade criadora, mas um corpo deitado, na dor, no sono ou na morte. É a dispersão do corpo, do rosto e do próprio olhar, de um corpo que jaz enterrado na fronteira entre a ausência, a aparição, o desaparecimento. De um corpo que sempre reflete à sombra de uma outra imagem, uma imagem falha; que quando mirado, se dispersa entre as coisas do mundo. Nessa esfera não há representação do rosto nem, portanto, do olhar. Seu rosto nada revela. A verdade de sua aparência é um enigma, um exílio. Sua substância acontece, fora de si, no espaço que há entre a força que o move e o mundo que o acolhe. Sua imagem não é a revelação de uma realidade, mas de uma sombra, de algo que é inteiramente vivo e no entanto não orgânico. Há nas fotografias de Francesca algo que nos força a pensar. Este algo nos arremessa de encontro a realidades em que muitas vozes se atravessam, por vezes ouvimos Artaud: o pulsar o corpo sem órgãos; por vezes Bataille: a febre e a intensidade; mas por vezes, entre a sombra e a claridade o canto silencioso de Rilke: a sombra da morte. Mas isso, esse turbilhão de coisas e vozes, nas fotografias de Francesca Woodman, só pode ser apreendido a partir de uma perspectiva da sensação, em vôos que o olhar mergulha no diverso e nele se perde, sob a égide da paixão, da dor ou da morte. Em sua primeira característica, e sob qualquer tonalidade, essas imagens só podem ser sentidas. Não é uma estrutura, mas uma abertura, a fissura pela qual os olhares se atravessam. Ela é também, de certo modo, o incomunicável; segundo o caso da arte, o incomunicável, passível no entanto de comunicação. Nas suas fotos, cada imagem parece perdida de uma atmosfera identitária, em cada foto é sempre outra, como se seu corpo estivesse mergulhado em um contínuo jogo de simulacros onde a origem, a verdade, a matriz, há muito se apagou. Não há realidades, mas tudo é o que é: um corpo estendido no deserto de uma paisagem. O deserto é a fotografia, mas o corpo parece atravessado de sensações, de febre, de morticidade. Tudo parece vivo e morto. como se a vida fosse o fora da morte, mas a morte o seu dentro, sua afirmação inevitável.
Francesca transcorre pela linha que cruza de uma realidade a outra. Nas suas fotos, as linhas estão sempre se encontrando, fabricando dobras, redobras, criando um aberto de possibilidades com a força de uma máquina desejante, que da sua intensidade-corpo, passa para uma máquina-desejo, que, no seu funcionamento, engendrada uma corrente de fluxos, cortes, vultos, peles. Nas suas imagens, há sempre uma pulsação de intensidades operando no seio de um acontecimento: série binária é não linear vazando por todas as direções. O desejo não cessa de efetuar acoplamentos de fluxos, pensamentos, volúpia, sobra, pele. O corpo de Francesca parece amarrado ao seu limite, mas dele escorre uma leveza indescritível. A sua imagem revela-se como uma quase epifania, mas nunca da ordem de um sagrado. Sua imagem atravessa a fotografia como o Monge Negro rasga a retina do jovem Kovrin, conduzindo-o ao seu limite, mas a atração também. Kovrim é atraído a ir, e vai atravessando todos os riscos que implicam esse ir: Kovrin reteve a respiração, seu coração parou de bater e o mágico, extático transporte que há muito tempo esquecera, voltou a palpitar em seu coração. O susto é inevitável. Assim foi Francesca na sua experiência com a fotografia, mas sobretudo, na sua viagem à superfície do corpo. Lembremos Valery: o mais profundo é a pele. Essa foi a sua viagem, ao profundo da superfície, às entranhas da derme. Assim vamos nós ao encontro das suas imagens, numa experiência da sensação e do ver. O susto arderá através das retinas.
Francesca Woodman nasceu em Devem, Colorado, em 1958. Começou a fotografar aos 13 anos. Seu foco de experiências era o próprio corpo. Em Janeiro de 1981 publica o livro “Disordered Interior Geometries”. Uma sema depois, atravessa a janela do seu apartamento.
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sábado, 13 de setembro de 2008
Corpo Habitado
corpo aberto
à lenta embriaguez dos dedos,
corpo defendido
pelo fulgor das maçãs,
rendido de colina em colina,
corpo amorosamente humedecido
pelo sol dócil da língua.
Corpo com gosto a erva rasa
de secreto jardim,
corpo onde entro em casa,
corpo onde me deito
para sugar o silêncio,
ouvir
o rumor das espigas,
respirar
a doçura escuríssima das silvas.
Corpo de mil bocas,
e todas fulvas de alegria,
todas para sorver,
todas para morder até que um grito
irrompa das entranhas,
e suba às torres,
e suplique um punhal.
Corpo para entregar às lágrimas.
Corpo para morrer.
Corpo para beber até ao fim -
meu oceano breve
e branco,
minha secreta embarcação,
meu vento favorável,
minha vária, sempre incerta
navegação.
Eugénio de Andrade
domingo, 7 de setembro de 2008
"Na sua obra fotográfica, Callahan mostrou uma predileção por fotografias de pormenor, a que frequentemente conferiu um efeito abstrato através de um corte firme. Gostava de fazer experiências com exposições duplas, tendo também usado exposições demasiado longas para criar um efeito gráfico nas suas fotografias."
http://oseculoprodigioso.blogspot.com/2006/10/callahan-harry-fotografia.html
Virgem com ascendente em Sagitário
(o virginiano: um grande observador e classificador da vida, o Sherlock do zodíaco, sempre munido da lente de aumento capaz de detectar o menor detalhe.)
VIRGEM
Virgem é um signo do elemento Terra e tem como regente o planeta Mercúrio. Os signos de Terra têm a ver com o lado prático, concreto e objetivo da vida.
Virgem é o signo do aperfeiçoamento. Tem um caráter reservado, observador, racional, analítico, minucioso, detalhista e crítico. Não gosta muito de ser criticado. Precisa sentir-se aceito e integrado mas não aceita pressão. Não é muito de demonstrar sentimentos. Gosta de saber como as coisas funcionam, fazer bem feito e porisso não perde a oportunidade de sempre aprender algo mais daquilo que lhe interessa. Fica impaciente para ver funcionando algo em que esteja trabalhando. Sente a necessidade de uma certa ordem mas não necessariamente uma ordem convencional mas a sua ordem. Tem forte ligação com a natureza podendo gostar de plantas e animais. Muito paciente com algumas atividades repetitivas e minuciosas consideradas impraticáveis para outras pessoas. Tem espírito de servir ao mundo numa grande causa. Preocupação com a saúde e dietas.
SAGITÁRIO
Sagitário é um signo do elemento Fogo e tem como regente o planeta Júpiter. Os signos de Fogo têm a ver com a liberdade, a ação e o movimento.
Sagitário não se contenta com pouco nem com o comum. Num aspecto positivo, é generoso e idealista. Pode gostar de coisas sofisticadas e grandiosas. Muitas vezes, podem considerá-lo exibicionista mas esse é o seu jeito. Tem um lado humorado que o leva a fazer brincadeiras até de seus próprios dramas. Geralmente, acha que sabe tudo e mesmo que não saiba, pode convencer os menos atentos pois a teoria é o seu forte. Mas deve prestar atenção à inflexibilidade. Tem um jeito distraído, pois não presta atenção a detalhes que considera dispensáveis. É franco, direto e muitas vezes pode magoar. Pode ser desastrado nos gestos e nas palavras. Valoriza mais o prazer da busca do que o da realização do objetivo. Gosta de viajar na realidade ou na ficção, pois precisa conhecer outros mundos. Mesmo que não pratique alguma religião, tem uma ligação com o divino.
No mês de setembro...
Sol, Mercúrio, Vênus e Júpiter se movimentam em seu signo, sendo este mês de setembro muito importante para os virginianos. Caracteriza-se como o início de um novo ciclo, em que você tende a se sentir mais confiante, e com novos planos relacionados ao trabalho e à vida pessoal. Entretanto, Mercúrio retrógrado em seu signo é uma mensagem da necessidade de refletir, rever, repensar, reavaliar, atitudes que auxiliam os nativos de Virgem a distinguir o essencial do superficial, e a se aperfeiçoarem.