domingo, 31 de agosto de 2008
“Para tornar a foto mais fácil, dois quadros de Dali foram suspensos no teto através de cordas.A cadeira foi segurada no ar pela esposa de Halsman. As partes em movimento e que exigiam um timing exato são os gatos, a água e o próprio Dali. Sim, os gatos foram de fato atirados ao ar para parecerem que estão voando. A sequência foi bem simples : Halsman começou a contagem. Em três o assistente lançou o gato, em quatro Dali saltou no ar e em seguida, Halsman tirou a foto.
Para obter a foto perfeita tomou cuidado não só com timing, mas tambpem com a sorte. Logo depois do click ele se dirigia imediatamente ao quarto escuro para revelação. Halsman escrever que levou 6 horas e vinte e oito tentativas para obter a imagem perfeita,que hoje conhecemos como Dali´s Atomicus.
Halsman disse que os gatos não foram prejudicados na brincadeira.”
sábado, 30 de agosto de 2008
Chico Buarque
Quem vem lá
Que horas são
Isso não são horas, que horas são
É você, é o ladrão
Isso não são horas, que horas são
Quem vem lá
Blim blem blão
Isso não são horas, que horas são
A casa está bonita
A dona está demais
A última visita
Quanto tempo faz
Balançam os cabides
Lustres se acenderão
O amor vai pôr os pés
No conjugado coração
Será que o amor se sente em casa
Vai sentar no chão
Será que vai deixar cair
A brasa no tapete coração
Quando aumentar a fita
As línguas vão falar
Que a dona tem visita
E nunca vai casar
Se enroscam persianas
Louças se partirão
O amor está tocando
O suburbano coração
Será que o amor não tem programa
Ou ama com paixão
Mulher virando no sofá
Sofá virando cama coração
O amor já vai embora
Ou perde a condução
Será que não repara
A desarrumação
Que tanta cerimônia
Se a dona já não tem
Vergonha do seu coração
http://www.youtube.com/watch?v=cBGV74SZBXY
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Quando penso que me conheço
o outro me mostra uma face desconhecida
que me habita.
Quando imagino conhecer
o outro
descubro alojado nele
minha face perdida
desconhecida.
Quando eu e o outro nos encontramos
cada um se descortina.
Mesmo que eu não queira,
mesmo que ele não queira,
o desconhecido
hospedado em nós
nos denuncia.
(Madalena Freire)
domingo, 24 de agosto de 2008
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Robert Doisneau (14 de Abril de 1912 - 1 de Abril de 1994) foi um famoso fotógrafo nascido na cidade de Gentilly, Val-de-Marne, na França. Era um apaixonado por fotografias de rua, registrando a vida social das pessoas que viviam em Paris e em seus arredores, mas também trabalhou em fotografias para publicações em revistas, assim como a famosa fotografia "O Beijo do Hotel de Ville" (Paris, 1950).
Eu indico!
http://www.youtube.com/watch?v=huMhp9ofwlM
O site: http://www.sansarah.br15.com/
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Do alto da jaboticabeira, percebia o dia passar por sua janela acenando, de passagem, quase sempre alheio à transitoriedade da vida dentro daquela casa. E ele sempre passava, o dia. E vez por outra acenava. Mas nunca encontrava tempo para um café que fosse. Por mais que ela almejasse um "cadinho" de dia, ele nunca podia parar. Lembrava da época da escola, do recreio, quando as outras meninas giravam uma imensa corda com destreza, forçando quem quisesse brincar, a entrar já pulando, sem pestanejar. Ficava sempre de canto a espiar. Queria mas não podia. Pensava, pensava...e deixava pra lá. Assim era também com o dia, que sempre passava. Acenava mas não entrava. Fazia menção para que ela saísse e se juntasse a ele em sua peregrinação. Andariam em comitiva mundo afora: ele, ela e mais um punhado de horas pedalando sem parar. Recusava o convite e permanecia de canto, sempre a espiar. Queria, mas não podia. Precisava ao menos ter tempo para pestanejar. O risco de esbarrar na imensa corda da vida era grande. Que faria ela se caísse e ralasse o joelho? O dia não voltaria para acudi-la. As horas ririam de seu embaraço. E a corda da vida não hesitaria em lhe oferecer, a cada giro, um novo enroscar de pernas. Do alto da jaboticabeira, pensava. Pensava...e deixava pra lá.
Texto de Maíra Viana
terça-feira, 19 de agosto de 2008
domingo, 17 de agosto de 2008
Por que o artista insistiria em realizar aquilo que, com a ajuda da objetiva, pode ser tão bem feito? Seria uma loucura, não? A fotografia chegou na hora certa para liberar a pintura de qualquer literatura, anedota e arte do tema. Em todo caso, um certo aspecto do tema pertence, daqui por diante, ao campo da fotografia...
Não deveriam os pintores aproveitar sua liberdade reconquistada para fazer outra coisa? Seria muito curioso fixar fotograficamente, não as etapas de um quadro, mas suas metamorfoses. Talvez percebêssemos por quais caminhos o cérebro envereda para a concretização de seus sonhos. Entretanto, é realmente muito curioso observar que, no fundo, o quadro não muda, que a visão inicial permanece quase intacta, apesar das aparências. Muitas vezes vejo uma luz e uma sombra que pus no meu quadro e empenho-me em quebrá-las, acrescentando uma cor que crie um efeito contrário. Quando essa obra é fotografada, percebo que aquilo que havia introduzido para corrigir minha primeira visão desaparece, e que, definitivamente, a imagem dada pela fotografia corresponde a minha primeira visão, antes das transformações trazidas contra minha vontade.''
domingo, 10 de agosto de 2008
(Tom Jobim - Newton Mendonça)
sábado, 9 de agosto de 2008
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
No todo es lo que parece,
y Chema Madoz (Madrid,1958) se encarga de ponerlo en evidencia. Ocultos entre la cotidianeidad surgen nuevos mundos. Nuevas dimensiones que de la mano de la metáfora alteran la percepción de la realidad más inmediata. El absurdo, la paradoja, el humor -por qué no la gregería- se dan cita en el estudio del fotógrafo. La idea inicia su proceso de superación del objeto y establece una descontextualización Dadá. La ironía con la que Madoz asalta modelos reconocibles establece una relación con el espectador que le conduce por los caminos de un universo paralelo.
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... las fotografías no son solo el reflejo de lo que estaba ahí (una suerte de memoria portátil), -nos comenta Fernando Castro- también tienen que ver con la conciencia de la desaparición...... en sus metaforizaciones fotográficas enmarca cosas de una singular simetría o hace que nos fijemos en sencillos desplazamientos, en puntos de vista que modifican lo real... Cristian Caujolle subraya que en la obra de Madoz está articulada por unos objetos engañosos que detrás de su apariencia habitual, la que reconocemos (un sobre, un guante, una cerilla, un bastón, una balanza, un lapiz, etc.), porque nos es familiar, ocultan una extrañeza que produce una sensación nueva que impide considerar las fotografías como naturalezas muertas.
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http://www.chemamadoz.com/